Poemas minerais. Em seu primeiro livro de poemas, Camila Bahia elege uma escrita erodida. Ela parte da observação de falésias e do universo de objetos e seres estranhos que a maré recebe e retorna à praia, então outros. Universo aberto, objetos que antes estavam ali bem encaixados em sua função cotidiana, tornam se estranhos com a passagem do tempo, da maré e do vento. A poesia seria esse gesto incansável de tornar estranho o comum, dizer pelo mistério, abrir os sentidos através das lacunas, dizer o mínimo, para dizer tanto. O procedimento de escrita dos poemas faz um paralelo a essa erosão natural do tempo. Gestados durante anos, os conectivos se perderam, qualquer palavra, preposição ou artigo, que estivessem ali soltas, foram levadas. Graza Musa Manzuá nos oferece um passeio pela praia de manhã, como quem investiga e recolhe pequenos tesouros desenhados pelo tempo.
Graza Musa Manzuá
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